Um pouco paradoxal esse título não?
Vou tentar explicar, mas acho que vai ser um pouco confuso essa viagem toda...
O rock, desde seus primórdios, foi maldito, polêmico, contestador, marginal, barulhento, do demônio, e por ae vai.
Fico me perguntando hoje onde foi parar tudo isso, porque entre razões e emoções eu acabo sempre me perguntando o que está acontecendo quando vejo alguma nova banda na grande mídia.
A verdade é que por tudo isso que eu citei o rock cresceu de uma forma tão grande que se tornou o estilo musical mais popular do mundo até hoje, se subdividindo em subgêneros que eu e o resto do mundo provavelmente já perdeu a conta. Vou tentar lembrar alguns já que não estou fazendo nada:
Rock, punk, metal, harcore, hard rock, heavy metal, death metal, grind metal, doom metal, stoner rock, sludge, grind, metalcore, splatter, grind, grunge, new metal, emo, screamo, rock pop, britpop, industrial, gótico, progressivo, entre outras.
Citei alguns estilos ae que nem tenho certeza se são estilos, Isso me deixa confuso. Fiquei velho e não acompanhei toda essa "evolução".
Uns amigos meus de São Paulo desenvolveram uma excelente teoria de que só existem na verdade 2 tipos de rock: o Rock Caveira e o Rock Pelúcia.
Prefiro hoje usar essa divisão. Fica bem mais fácil.
Acredito que o rock, mais do que um estilo musical é um estilo de vida, algo inerente a certas pessoas. O Tim Maia por exemplo era muito mais rock do que 90% das bandas de rock atuais
Mas voltando ao assunto onde o rock se tornou popular, acabou-se criando padrões pro rock, fórmulas para o sucesso, o que acaba sendo controverso, já que na sua origem a idéia parecia ser sair dos padrões.
Existe um guia de como se fazer música para vender, que se estende ao rock, com regras do tipo:
- A música precisa ter em média 3 minutos senão a rádio e a MTV não tocam.
-O primeiro refrão tem que começar até os 30 primeiros segundos.
-Se é aqui no Brasil, precisa ser cantado em português.
Essas são apenas algumas delas, sem esquecer é claro do visual que tem que ser condizente com a época/estilo.
Claro que, como sempre, pra toda regra existem excessões, e essas excessões são na sua maioria interessantes.
Eu não estou falando que as músicas feitas dentro desse padrão são ruins, pelo contrário, gosto de muita coisa, afinal adoro pop e rock pop (Quem já viu minha satisfação ao ouvir Decode do Paramore sabe do que estou falando).
O que me incomoda é o fato da maioria das pessoas achar que isso seja o verdadeiro rock, sendo influenciado pela tv, e hoje principalmente, pela internet.
A internet que era pra ser o maior veículo de informação acabou se tornando o principal meio de alienação. E o mais contraditório é que na internet é onde estão as bandas/artistas mais legais de hoje em dia. Basta procurar! O rock sobrevive no underground! Quando digo que o rock morreu, eu me refiro a grande mídia. Se bem que nem aí ele morreu, só está em coma, e temos o Queens of the Stone Age por exemplo, pra provar que nem tudo está perdido!
Uma outra coisa que gostaria de dizer ainda sobre essas regras:
Sempre entro em discussões acaloradas em relação a cantar em português ou inglês. Nesse ponto entro um pouco mais na parte técnica da coisa, relacionada ao áudio e a mix de um modo geral.
A fonética, a pronúncia da língua inglesa permite que mixemos a voz mais enterrada nas guitarras, na base de um modo geral, dando uma característica mais pesada, mais rock. Em português quase sempre é necessário destacar um pouco mais a voz pra que fique mais inteligível, dando uma característica mais pop. Eu particularmente prefiro a primeira opção. Quanto ao fato de nem todos entenderem inglês, ninguém precisa dominar a língua pra saber que o Phil Anselmo ta puto com alguma coisa quando se ouve qualquer música do Pantera (hehehehe - risos maldosos).
Mas então onde estão os rockeiros que não se preocupam com essas fórmulas e ainda assim trabalham com música?
Essa é fácil de responder!
Estão lá no backstage (área atrás do palco, onde é preparado o show, onde ficam os camarins) dominando a cena! E isso eu falo por experiência própria! Quando trabalho em algum grande festival, com várias bandas, lá estão atrás do palco os cabeludos/tatuados/mal encarados! São eles os roadies, técnicos, produtores, seguranças, e por ae vai. Porque músico rockeiro hoje tem que ser bonitinho, arrumadinho e falar de amor!
E quanto a mim?
Bom, eu também to lá no backstage ou na house mix, fazendo o som das bandas.
E nas horas vagas eu faço meu rock, sem me preocupar com os 3 minutos, com o refrão ou com o idioma. Toco o que me agrada, podendo ou não estar dentro desses padrões! To muito calvo pra ainda sonhar em ser um rockstar (hehehehe - risos muito maldosos)!
Pra quem quiser conhecer o trabalho da minha banda Magnolia's Devil :
http://www.youtube.com/watch?v=PLaHVRO4gAg
Vou ficando por aqui, mas volto pra conferir as várias críticas negativas da minha extensa lista de 16 seguidores!
Abraços a todos os rockeiros e rockeiras!!!!
Buza, vc já se responde quando fala q o Rock é um estilo de vida, um estado de espiríto, a pessoa já nasce rock, é o rock q escolhe, o resto é fake q se acha rock ou queria muito ser.
ResponderExcluirO lance q hj temos uma " evolução" não só do rock, mas, em vários seguimentos do nosso cotidiano não só no lazer, mas, no trabalho, se é boa ou não eu ainda não sei.
Faço música para inspirar, sei q é romatica essa visão, mas, sobrevivo a alguns anos com isso,o rock morreu e se transformou no vampiro mestre e hj vagamos por aê atrás de mais sons das caveiras e em algumas ocasiões pq não os de pelúcia tb..;)