quinta-feira, 24 de junho de 2010

Tem que ser o técnico da casa!

Escolhi essa frase pro título porque é uma das que eu mais escuto.

Mas além dessa vou citar outras:

"A banda não pode trazer técnico!"

"Dá pra fazer com o som da casa, o DJ faz sempre!"

"Tem um cara lá que sempre faz o som!"

"To achando meio caro pra um técnico de som..."

No meu primeiro post falei sobre as bandas começarem a entender a necessidade de um técnico. Falta agora as casas noturnas e empresas perceberem. Claro que isso não é geral, de forma alguma. Mas ainda existe essa mentalidade. Do tipo "o equipamento é bom, coloca qualquer um pra fazer, a mesa até mexe sozinha!"

Ou então a casa em questão diz que a banda não pode levar o técnico. Já viu alguma casa falar que não pode levar o baterista, tem que fazer o show com o baterista da casa? Não estou comparando o músico ao técnico, mas a verdade é que cada um tem sua função; músicos, técnicos, roadies, produtores...

Dependendo da banda/show, o técnico funciona como um outro músico, disparando efeitos, loop ou o que quer que seja na hora certa, como um músico precisa fazer as notas na hora certa.

Agora, de quem é a culpa dessa mentalidade?

Questão difícil...

Primeiramente tem o lado financeiro, que eu acho que dever ser o principal. Acham caro pagar um técnico competente, preferem um curioso mesmo que trabalha por qualquer coisa, ou que trabalha até de graça só pra estar na zoeira. Tipo: "Deixa eu entrar de graça que eu fico no som!". Mas também tem o fato de talvez as pessoas envolvidas talvez não perceberem a diferença. E isso é outra coisa que me deixa MUITO PUTO!!!!

É muito chato ter pessoas envolvidas no meio só pela grana, pelo status, por que tem canal...Não gosto de trabalhar com essas pessoas.

Eu particularmente acho que o requisito básico pra estar no meio é amar a música, amar o que faz, ter prazer em ver e ouvir um belo show, ver a coisa toda acontecendo da melhor forma possível.

Eu hoje em dia realmente escolho meus trabalhos de forma mais seletiva e não faço qualquer coisa. Isso pode parecer um pouco de prepotência (hehehe), mas fazendo isso eu trabalho melhor, mais feliz, e os resultados do meu trabalho tem sido cada vez melhores. Eu tenho muito orgulho de trabalhar com as pessoas e bandas com as quais trabalho. Elas tem realmente essa preocupação de fazer o melhor possível pra que sua MÚSICA soe bem. Fazem com amor. E essas são as pessoas com as quais eu quero trabalhar. E quero que esse show sirva de exemplo para aqueles que acham que tudo se resume somente em zoeira e/ou dinheiro.

Gostaria muito que essa mentalidade se torna-se coletiva (coletivo, hehehe) e to fazendo o possível pra que a boa música seja sempre a atração principal!

12 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Infelizmente, caro Buza... o bom senso e o bom gosto estão fora de moda.
    O que esperar de músicos (se é que podemos chamá-los assim) que pouco se importam com o que estão 'apresentendo' por aí?
    O que esperar de um público que dá ibope a certas bandas e cantores pelo simples fato de vestirem roupinhas descoladas (se é que posso chamar aquilo de descolado), usarem cabelinhos cortados por cegos e serem considerados bonitinhos (o que eu discordo totalmente!!!)?

    Não dá, amigo...
    Somos de outro planeta, praticamente.
    Hahaha...

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  3. Buzuca!
    Cuidado com quem andas. Já está escrevendo que parece prepotência escolher o trabalho... Vais ficar mal visto na cidade por alguns "profissionais do áudio".

    Mudando de assunto, seu sucesso é mais que merecido. Continue assim e verás o quão feliz poderás ser. Sou seu fã!

    Abraços,

    Alexandre Rabaço

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  4. manero...é por aê msm... andando para frente sem se preocupar com o q falam apenas respondendo com ótimas atitudes.
    Orgulho de vc.

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  5. Buzum ta ficando arrogante e prepotente!

    rs

    concordo plenamente com tudo o que você escreveu aqui.

    succeso Buza, você merece!


    Abrasom!

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  6. o sucesso ali ta escrito errado, mas foi só erro de digitação mesmo...


    rs.

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  7. Prezado Buzum, há muita coisa entre o bom músico e o bom som. Uma infinidade de coisas. As principais, na minha modesta opinião, são: o mercado dita as regras. As regras indicam os caminhos. O caminho que escolherá o levará ao fracasso ou ao sucesso, dependendo sempre de seus objetivos, da sua ambição, do seu nível de satisfação pessoal e profissional. Na Inglaterra, por exemplo, você não teria este problema, nem há 50 anos atrás. A cultura por fazer a coisa certa e a garantia da sobrevivência colocou tudo nos trilhos. Tudo começou errado por aqui e se mantém errado. Começou com muita gente louca de vontade de acertar, mas sem recursos. Hoje há recursos, mas a cultura da busca pelo melhor preço em níveis de "jeitinho" ainda predomina. Só vai consertar numa próxima geração, quem sabe, a sua? No mais, pra piorar, no Brasil, há meia dúzia de donos da verdade que monopolizam a indústria dita de qualidade toda para si. É difícil combater esta gentalha e chegar lá. É uma máfia. A maioria dos simples mortais desiste pelo meio do caminho, até porque dito mercado está infectado por pessoas de baixíssimo caráter e nula envergadura moral, que se restejam para chegar a certo nível, pisando uns sobre os outros como se baratas fossem. Sejam músicos, técnicos ou "engenheiros". O problema não está na sobra ou falta de equipamentos ou conhecimento, mas sim na existência de mínima decência da elite dominante, atributo que simplesmente não lhes assiste. Nesta sua cidade, se quiser vencer na vida neste ramo, e se vencer na vida é = a dinheiro, adquira um punhado de luzes, puxe o saco de cerimonialistas, contrate um bom DJ ou imiscua-se na máquina do poder liberando propinas aos gananciosos administradores públicos. Talvez aí, com dinheiro no bolso, você tenha condições de colocar cada macaco no seu galho. Se quiser apenas sobreviver, tente ser fiel aos seus amigos, tente fazer algo de bom pela cidade sem beneplácitos oficiais e faça surgir alguma coisa, ao invés de, de longe, invejar não sei o que, amargurando derrota sem que ninguém sequer tenha proclamado qualquer vitória. Há mais pra ser dito. Mas estou atrasado para o trabalho. Um abraço!

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  8. ... restejam?

    Não!

    Rastejam.


    Corrigindo e assinando o comentário acima:

    João Mignon.

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  9. Finados!

    Seria este o dia ideal para a elite técnica brasileira comemorar o seu dia. na verdade, ela não morre: ela mata.

    A morte da arte veio com o advento e o caráter irrevogável da exigência técnica mais gordurosa e letal.

    Poder exercido sem a menor ética por quem de direito, o fabrico dos riders técnicos contém fábulas dignas das Mil e Uma Noites, estórias mirabolantes de Jules Verne, elocubrações que nem Monteiro Lobato ousaria escrever.

    É quase Bíblico: crescei e multiplicai-vos, por todos os fax, scanners e copiadores Xerox possíveis!

    O rider técnico é como o funk Brasil: houve o primeiro. O resto é clone!

    Ainda não é verdade, neste País, que equipamento faz toda a diferença no resultado final do áudio de um show. Equipamento não toca sozinho. Prescinde músicos e instrumentos muito bem tocados. O técnico, principal coadjuvante, e seus auxliares, não deveria querer aparecer "mais do que a noiva".

    É sabido que o músico se sente mais seguro com equipamentos de primeira linha para lhe atender.

    É sabido, também, que neste País, fora das capitais e de raros bolsões de riqueza e desenvolvimento, como no interior de SP, há abundante estrutura a ser contratada. Digamos, dentre 5.000 municípios espalhados por nosso extenso território, 500 tenha pelo menos uma "empresa dos sonhos" dos "engenheiros" de som brasileiros.

    10%.

    Se isso é verdade verdadeira e conhecida pelos responsáveis técnicos dos artistas de maior expressão, não sei porque mentem para si mesmos.

    Continua...

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  10. Só há uma explicação e está em Maquiavel:

    "O Príncipe não precisa ser amado, precisa ser temido".

    O artista impõe esta regra. Bem como seu produtor, o maior inimigo da paz nos palcos: o engenheiro de som trabalha sob a batuta implacável destes. É pressão à toda prova. Quem manda, é o "escritório"! E porque: interesses meramente econômicos.

    Para esbanjar desnecessariamente seu conhecimento sempre insuficiente e atender ao patrão, enverga o técnico pesada armadura a fim de proteger sua condição humana e inexorável de falibilidade; reveste-se o técnico, da casa, da empresa, ou da banda, de um rol de exigências absurdas de parte à parte, com o fim precípuo de preservar seu emprego. O áudio é pano de fundo. Cortina de fumaça. Desculpa esfarrapada, até porque, NUNCA FICA BOM!

    E com o tempo, quanto mais tecnologia apreende, menos é capaz de sair de uma armadilha. O erro se torna um pavor. O pavor guia os profissionais, fazendo do palco um inferno mesmo quando tudo está em perfeita ordem.

    Imagine quando não está!

    Esta é a grande verdade sobre técnicos e técnicos. Onde quer que estejam, seja lá quem representem, uns se acham melhores do que os outros, os contratantes se sentem mais seguros amparados pelos seus próprios homens - às vezes até mulheres - e daí as batalhas noturnas estressantes e infindáveis.

    Tudo isso contradiz a principal regra da expansão da expressão da arte ditada por Milton Nascimento:

    "Todo artista tem que ir aonde o povo está".

    Hoje, num outro plano, outro compositor, digamos um "Brazil MC" diria:

    "Todo artista tem que ir aonde o povo está / isso se a perigosa Tropa de Elite deixá".

    E não é que continua...

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  11. Por fim, vejo que todo o problema reside na falta de ética. No individualismo. Se sou técnico da casa, ou da empresa, atuo somente em "stand by".

    Procuro ser útil. Meu patrão - chato falar sobre isso, pois nunca o tive - ouviria de minha boca que estaria supervisionando todo o trabalho, mas a mix tinha que ser do "cara da banda". Simples assim.

    Mas o jogo de egos não permite. "Meu" áudio é melhor que o "se eu", lá lá lá lá lá lá!

    "O melhor equipamento de som é aquele que não quebra na hora do refrão".

    "Ser técnico de som é fácil, é ótimo, não requer diploma".

    Ambas as sentenças, não transcritas de forma literal, são de Joe Oherlihy (não sei se é assim que se escreve), salvo engano britânico (me perdoe Joe, se for irlandês) e técnico do U2, publicadas na Revista Música e Tecnologia de um determinado mês de anos atrás.

    Estão correndo atrás do próprio rabo.

    Continuem primando pela melhor técnica, primando também por seus empregos, isolem-se dos erros, mas tenham ética: técnico da casa, técnico da banda, técnico da empresa de som: todos são técnicos.

    Amadureçam.

    João Mignon.

    (meio técnico, mas homem por inteiro).

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  12. Quase três meses depois, vejo que o tópico parece carecer de interesse. Uma pena! Só pra dar uma bagunçada:

    Buzum, sabe aquele orçamento que enviei ontem com locação de material, técnico (no caso, você) auxiliar técnico e carregador, que enviei para aquele determinado contratante? Pois é, até agora não houve retorno e pelo caráter de urgência, já era pra ter sido respondido. Mas fique tranquilo: trabalhamos juntos ou outro que vá lá e faça. Nosso preço, não baixo! Nem limo ninguém.

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