domingo, 26 de setembro de 2010

A música perecível do novo milênio

Às vésperas do festival SWU (não tão véspera assim, eu que to ansioso mesmo) percebi algo muito interessante nesse festival, que é um dos grandes, como há muito tempo não vemos por aqui.

Então, vendo a escalação das bandas desse festival eu percebi que o rock não morreu, mas está congelado em algum lugar no final da década de 90.

Não pretendo contar a história do rock aqui, mas só pra relembrar.

Nos anos 50 tivemos Elvis e Johnny Cash, em 60 Beatles e Stones, nos anos 70 o surgimento do metal e do hard rock, com Sabbath, Zeppelin e Deep Purple e o começo do punk com Sex Pistols, Ramones, etc. Na década de 80 a consagração do metal: Iron Maiden, Slayer, Metallica, e, no final o hard rock/poser do Guns'n'Roses e associados. No início dos 90 muda tudo. Vem o grunge de Nirvana, Alice in Chains, Pearl Jam, Soudgarden...e no meio pro final dos 90 surge o new metal. Aqui no Brasil tivemos a Jovem Guarda, depois Mutantes e Secos e Molhados, na década de 80 a explosão do BRock com Titãs, Barão, Legião, e na década de 90 bandas irreverentes como Raimundos, Mamonas e Planet Hemp. E depois veio o....? Eu num sei o que veio depois, só sei que não é rock e que não vai demorar a ser esquecido.

Veja como exemplo as principais atrações do SWU:

Rage Against the Machine: uma das maiores e mais criativas bandas da década de 90. Tom Morello criou uma nova forma de tocar guitarra, fazendo solos maravilhosos entre os protestos de Zakk de La Rocha.

Queens of the Stone Age: liderada por Josh Homme, guitarrista da lendária banda Kyuss, a banda que "inventou" o stoner na década de 90.

Mars Volta: outra banda que surgiu de uma banda da década de 90. Formada por Cedric Bixler-Zavala e Omar Rodriguez-Lopez, antigos membros do At The Drive in.

Infectious Groove: outra que vem desde os anos 90, com membros que também tocaram no Suicidal Tendencies.

Linkin Park: refugo do new metal do final da década de 90. Mas há controvérsias! Eu acho um Backstreet Boys com guitarras bem pesadas.

Cavalera Conspiracy: Formada por Max e Igor Cavalera, depois que o Sepultura desandou.

Outras bandas que também tem (muito) mais de 10 anos: Dave Matthews Band, Incubus, Pixies, Yo La Tengo, Sublime (agora com nova formação).

Pois é isso. Fora uma ou outra banda surgida no novo milênio, e nesse ponto eu vejo o dedo de gravadoras e empresários, as grandes atrações são de outras décadas simplesmente porque nada bom, original e duradouro surgiu nessa década, pelo menos não no mainstream.

Ainda hoje vejo muitas bandas covers, tributos, ouço na rádio, na tv e vejo pessoas curtindo Beatles, Sabbath, Ramones, Nirvana, Guns'n'Roses, fora outras bandas que citei acima, mais um monte que não citei, mas que são mais velhas do que eu. Hehehehe.

Fica ae minha aposta: será que daqui há 20 anos as pessoas vão lembrar do My Chemical Romance, Simple Plan, Restart, Tokyo Hotel, Lady Gaga, Nx Zero, Cine, etc...

Eu aposto que não! E se alguem lembrar pode me cobrar daqui há 20 anos que eu pago uma cerveja! Mas ao som de Alice in Chains! heheheh

Abraços nostálgicos pra minha extensa lista de 25 seguidores!!!

Sobre o autor:

Rodrigo Buzum é grunge, dorme sujo, bebe cachaça, usa drogas e toda sexta feira vai ao cemitério com seus amigos góticos.

domingo, 19 de setembro de 2010

Tira uma foto comigo?

Eu vinha pensando em postar sobre uma coisa que eu odeio muito: a idolatria.

Brasileiro adora adorar. Vive pra ter um ídolo. Ou vários. E eu nunca entendi muito bem isso. Acho que é importante admirar uma pessoa, o que essa pessoa representa, o que ela faz. O problema é justamente o tipo de pessoa que resolvem tomar por ídolos aqui por essas terras. Não só aqui, mas no mundo todo. Só que aqui a coisa é meio fora do normal...

Hoje quais são as características pra uma pessoa se tornar um ídolo?

Vamos começar pelas "ídolas". Elas precisam ser gostosas e ter a bunda grande.

Mas no Brasil tem muita mulher gostosa com a bunda grande. Mas as "ídolas" tem um diferencial chamado fator BBB, o qual eu falarei depois.

Agora qual a diferença entre a gostosa que nós vemos no ônibus, ou em qualquer outro lugar e a gostosa da televisão?

NENHUMA!!!!!

Desliga a porra a TV e vai dar uma volta e você vai ver uma centena de mulheres muito mais interessantes do que as que voce vê no BBB. E daí que ela ficou numa casa com mais um monte de filho da puta vagabundo por não sei quanto tempo? Quantos brasileiros moram num barraco com mais 10, 12 pessoas e não são adorados por causa disso?

E os ídolos? Hoje eles são em sua maioria os participantes do BBB, jogadores de futebol ou emos coloridos de bandinhas adolescentes.

Eu até entendo o jogador de futebol, a paixão do brasileiro, e me esforçando muito entendo também as bandinhas buchas. Músicos sempre foram ídolos, e músicos de merda são ídolos de pessoas imbecis e sem cultura. E hoje a música é apenas um complemento, o que vale é o cabelinho, a roupinha...

Mas não dá pra aturar participante de BBB! Que porra é essa? O que esses cornos fizeram pra serem ídolos? Aonde essa porra desse país e dessa humanidade vai parar? Um vagabundo idiota fica numa casa com mais um monte de desgraçados e vira uma celebridade porque? O que ele fez?

Eu fico muito revoltado com isso. Num costumo xingar tanto no blog mas isso me tira do sério. Eu odeio o BBB com todas as minhas forças e acho que as pessoas que assistem deveriam ser proibidas de votar, dirigir, e deveriam ser internadas em instituições psiquiátricas, ou colocadas na cadeia. E aí vem a questão do Brasil estar perdido. A maioria assiste essa merda!!!!

Eu até assistiria o BBB se houvessem 2 pequenas mudanças. A primeira seria na seleção dos participantes. Eu gostaria de ver um pastor da universal, um neo nazista, um hippie maconheiro, um traficante da crackolandia, uma prostituta ninfomaníaca, uma freira, uma surfista lesado e um satanista adorador de black metal. Isso seria interessante.

A segunda seria o paredão ser levado a sério. Paredão é paredão. O povo votou, o perdedor vai pro paredão e é fuzilado pelos outros participantes. Imaginem a freira com uma metralhadora...

Outra coisa que não entendo é a histeria. Porque precisam gritar quando vêem o ídolo. Eu parei de ir em shows porque não consigo mais ouvir o show, só ouço desequilibrados gritando e, o que é pior, cantando junto e muito mal. Quer cantar vai no videoke que é muito mais barato! Pagam 200 reais pra ir a um show, ficar gritando e não escutar o show. Lamentável.

Se isso vira moda iria ficar engraçado. Imagina se toda vez que vissemos algo que gostamos mas não podemos ter, começassemos a gritar. Eu iria na Fnac por exemplo, e iria gritar mais do que qualquer cantor de grindcore! Napalm Death iria virar cantiga de ninar.

Em uma das minhas teorias, após vários anos trabalhando em shows, cheguei a conclusão que podemor medir o nível de beleza das fãs em decibéis. O decibel (dB) é uma medida da razão entre duas quantidades, sendo usado para uma grande variedade de medições em acústica, física e eletrônica. O decibel é muito usado na medida da intensidade de sons. É uma unidade de medida adimensional, semelhante à percentagem. Quanto mais feia a é fã ela grita mais e mais alto. Segue uma tabela abaixo pra comparação:

20 db

Ex.: Farfalhar de folhas

Fã gata quieta em um canto esperando sua vez de tirar foto. Normalmente o próprio artista a convida

50 db

Ex.: Conversa normal

Menina bonita que pede educadamente pra tirar foto

80 db

Ex.: Barulho de caminhão

Baranga berrando o nome do artista

120 db

Ex.: Avião decolando

O rascunho do mapa do inferno invertido berrando, chorando, se debatendo e emitindo barulhos bizarros, ininteligíveis e muito altos.

Então meninas, cuidado! Se voce grita muito voce provavelmente é feia pra caral#$%@!

Só pra terminar: se um participante de BBB se candidata a presidente ganha!!!

Ainda bem que eles não lêem o meu blog, senão iriam aproveitar a idéia!

Abraços e gritos histéricos pra todos!!!!!!

Sobre o autor:

Rodrigo Buzum é um zé ninguém invejoso que queria ser bonito e inteligente como um BBB, um grande músico como os emos coloridos e um esportista de bom caráter como o goleiro Bruno.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Descobriram o técnico de som!

Isso mesmo! Entenderam que existe a necessidade de um técnico, que antes era o roadie, o cara que dirigia a kombi, ou aquele cara amigo da banda, muito gente boa, mas que não conseguiu aprender nenhum instrumento.

Em uma postagem anterior eu falei sobre o fato de algumas bandas novas terem a preocupação de chamar um técnico de som pras suas apresentações. Eu tenho reparado que os músicos tem tido uma maior preocupação com a qualidade do som e a necessidade de um técnico, e acredito que vários fatores colaboraram pra isso. Entre eles acho que o mais significativo é a evolução tecnológica dos equipamentos, criando a necessidade de alguém que esteja sempre apto a operá-los, e a facilidade de aquisição de equipamentos nos dias de hoje.

Mas essa facilidade também tem um lado negativo: a ploriferação de técnicos de som que compram uma mesa e 2 caixas e espalham por ae suas filipetas: PRODUÇÃO DE EVENTOS - SOM E LUZ PROFISSIONAL.

Vale lembrar que equipamento bom não toca sozinho, e é melhor um equipamento simples do que o melhor e mais moderno som do mundo sem ninguem pra operá-lo.

Essa democratização do técnico também criou uma geração de curiosos que passaram a se considerar técnicos porque já sabem o que é volume, grave, médio e agudo!

Ta certo que todo mundo tem que começar de algum lugar, mas saber o que é volume, grave, médio e agudo não capacita a pessoa a ser um técnico de som, apesar de ser um começo. Porque uma hora eles vão se perguntar: "Por que colocaram um botãozinho com a letra Q debaixo do médio?

Uma outra que acho bastante interessante: "Eu sou técnico de som, mas não opero mesas digitais." Então tá né...eu sou motorista profissional mas não dirijo carros com marcha automática. Talvez seja o fato de mesas digitais serem uma tecnologia muito recente, só tem 15 anos, ainda não deu tempo de procurar ao menos saber a respeito.

Uma outra dificuldade das mesas digitais são suas centenas de recursos como gates, compressores, delays, grupos. Tudo coisa nova também. Muito complicado. Vou ficar só no grave médio e agudo porque tá funcionando bem assim.

Uma outra coisa que tenho reparado, principalmente aqui em Petrópolis, que é onde eu vivo, e que vale a pena ser citada, é que enquanto as bandas novas, amadoras fazem questão de ter um técnico e uma postura profissional, alguns "profissionais" dispensam um técnico, porque é mais um pra dividir cachê, e também tem aquele amigo, que tem aquela caminhonete...

Pra encerrar, colocarei algumas frase que ouço muito quando estou trabalhando, divididas em 3 categorias:


1 - Coisas que eu não sei e não quero saber:


- "Onde é o banheiro do camarote VIP?"

- "Quanto é a cerveja?"

- "Toca Rebolation ae DJ!"

- "O cara do piano tem namorada?"

- "Sabe o Juquinha, que é primo do motorista da van do palco 3?"


2 - Coisas que eu sei do que se trata,mas não posso fazer nada a respeito:


- "O cara tocou o solo de guitarra errado!"

- "Esse cara canta muito desafinado, dá um jeito ae!"

- "Aumenta a luz no cantor pra eu tirar uma foto pra colocar no orkut!"


3 - Coisas que eu sei do que se trata e quase sempre da pra fazer algo a respeito:


- "Num ta achando esse baixo muito comprimido não?"

- "Tenta um reverb mais longo nessa música."

- "Abaixa o som porque o vizinho chamou a polícia!"


Vou ficando por aqui, abraço a todos e Saudações Tricolores!


Sobre o autor:

Rodrigo Buzum é um técnico de som narcisista, egoísta e arrogante que gosta de mesas digitais e vez ou outra mexe no botão com a letra Q.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Abaixa o som porque meu ouvido não é penico!!!!

Certo dia desses eu estava andando pela rua, e ao tirar o fone do ouvido fui agredido por um carro de propaganda política que vinha passando. Então comecei pensar a respeito e me dei conta de quanta coisa desagradável escutamos todos os dias.

Fora os barulhos normais de buzina, gente gritando, ambulantes, ônibus e outras coisas barulhentas eu percebi as 3 que mais me tiram do sério:

- Carro de som de propaganda eleitoral, gás, pamonha ou qualquer outra coisa,

- Carro com a mala aberta tocando música ruim num volume insuportável, geralmente em posto de gasolina, lojas de conveniência, etc...

E a pior de todas:

- Celular tocando musica em ônibus ou qualquer outro lugar público.

O que leva um idiota débil mental a pensar que todos são obrigados a escutar a música que ele gosta? E o pior de tudo é que, como nos carros do posto de gasolina, quanto pior o gosto musical mais alto e sem qualidade é o som.

Aliás, eu nem uso o termo "carro de playboy" porque playboy por definição é um cara rico que curte a vida. E ouvir música ruim com a mala aberta em posto de gasolina pra mim não é sinônimo nem de ser rico, e nem de curtir a vida. Tá mais pra algum tipo de deficiencia mental-espiritual.

Como todos nós aprendemos na escola, o ser humano tem 5 sentidos: visão, audição, tato, olfato e paladar. Me parece que a legislação se preocupa muito com o olfato por exemplo, mas esquece da audição.

Eu respeito a lei e não fumo em lugares fechados, então sendo assim, não sou obrigado a ouvir o celular de um infeliz débil-mental que entra no ônibus. Um cara desse tinha que ser preso por não saber viver em sociedade! E o engraçado é que quase nunca ninguém fala nada! Se eu acender um cigarro no ônibus vão chamar a polícia!

Aliás, eu acho que o olho-por-olho deveria ser utilizado nesse caso. O cara que for pego no ônibus com o celular deveria ser amarrado pelo mesmo tempo que dura a viagem, com pó-de-mico por todo o corpo, um farol ligado na cara, com uma pimenta inteira na boca e uma latrina embaixo do nariz! Quer zoar com a minha audição? Vou zoar com seus outros sentidos!

Cada pessoa é mais sensível em algum sentido. Pra mim um idiota desses é tão incômodo quanto é uma pessoa fedendo a fezes do lado de alguém com o olfato sensível. Eu gosto de ouvir som alto, mas eu uso fone. Fone não vem com o celular a toa não! É pra ser usado!!!!!

E o mais engraçado é que o nível de educação vai pro buraco junto com o gosto musical. Se tem alguém com o celular ouvindo alguma coisa no ônibus pode reparar que é música de merda, se é que pode ser chamado de música!

Eu pelo menos nunca ouvi no ônibus alguém ouvindo Beethoven no celular. Nem John Coltrane, ou qualquer outra coisa que possa ser considerada boa música por um ser humano normal. Porque pessoas que ouvem celular assim não são seres humanos normais! São um elo perdido entre o Homo Erectus e o Homo Sapiens. Praticamente um primata que aprendeu a ligar o celular.

Quer ouvir música alta no celular?

Vai ouvir na CADEIA!!!!!

E aproveita pra ensaiar uns passinhos com o Bruno e o Nardoni!

Saudações Tricolores e fiquem com Deus no coração e com o fone no ouvido!

terça-feira, 13 de julho de 2010

13 de julho - Dia do Rock porra!!!!

Hoje resolvi postar somente porque é o Dia do Rock. E já que estamos numa data comemorativa farei um post especial, um pouquinho mais agressivo que o normal.

Pra começar rock não é um estilo musical, rock é um estilo de vida, é um traço da personalidade que nasce com a pessoa, e não adianta tentar modificar isso. É a mesma coisa que uma pessoas ser organizada, ansiosa, nervosa, esportista, carismática, depressiva, calada, falastrona. É algo que vem de berço. Uma pessoa que nasce rock fica rock pro resto da vida, mesmo ouvindo sertanejo e samba.

Se voce não nasceu rock e tenta ficar rock, voce não fica rock, fica escroto! E pra provar isso segue o link do vídeo da família restart:

http://www.youtube.com/watch?v=2s1w2NZrioE

Vamos começar analisando o título do texto:

Crianças se rebelam com cancelamento de show PUNK!

Punk?

Que punk?

Só se for Punk, a levada da breca! ( a galera da minha idade lembra dela)

Pra começar, quem falou que o rock é colorido? Que porra é essa? A única coisa colorida que é rock é o programa da Xuxa, porque a Xuxa tem pacto com o demônio, e pacto com o demônio é coisa de rockeiro!

Uma outra característica dessa galera é essa viadagem desnecessária. Todos nós sabemos que muitos astros do rock são gays. Mas ser gay é uma coisa, ser bichinha louca de rodoviária é outra!

Uma outra coisa que me irrita são essas letras mela cueca das bandas atuais. Isso não é rock, é sertanejo com a guitarra um pouquinho mais distorcida.

Mas os rockeiros num falam de amor?

Falam sim, mas de forma diferente. O sertanejo chora! O rockeiro bebe, fuma, cheira, come uma puta e tem uma overdose. Eles lidam com a desilusão amorosa de forma diferente.

Vai ae um exemplo de letras de um rock e um sertanejo disfarçado de rock:


Restart - Levo comigo


E eu quis escrever uma canção

Que pudesse te fazer sentir

Pra mostrar que o meu coração

Ele só bate por ti

Como uma bela melodia pra dizer

O que eu não consigo explicar

Como uma bela melodia pra você ver

Tudo o que eu queria te falar

E dizer que é você que pode me mudar,

que pode me salvar


Raimundos - Cintura fina


Aquela mulher

que tem a cintura fina

quero me casar com ela

Pra que tudo na minha vida aconteça de verdade

Não me importa o planeta, o país ou a cidade

pra parar de acompanhar e se importar com gente estúpida

Aquela mulher

que tem a cintura fina

quero me casar com ela

Pra socar minha piroca dia e noite noite e dia

Pra comer ela na cama e na cozinha em cima da pia

Pra parar de cheirar aquela xereca suja

Como voces podem perceber, a idéia é a mesma: a busca pela pessoa amada (bonito isso não?). Mas a abordagem é um pouquinho diferente.

Eu ando com bastante bom humor ultimamente, e um pouco esperançoso.

Talvez o rock ainda num tenha morrido, só esteja em coma, vítima de alguma doença colorida, e talvez também algumas bandas estejam inventando a cura pra isso. E enquanto essa cura não acontece temos o Queens of the Stone Age, o Pearl Jam, a volta do Alice in Chains e do Soundgarden, o Ozzy lançando disco novo, o Jerry Cantrell, o Rob Flynn, o Zakk Wylde, Dave Grhol e tantos outros mais mantendo pelo menos os aparelhos funcionando para que o rock consiga pelo menos respirar artificialmente nesses momentos complicados.

Segue ae um link de um vídeo que me inspirou bastante nesse texto, de um cara que virei fã. O nome dele é Felipe Neto e eu realmente curti o ponto de vista e a forma como ele fala dessas merdas todas!

http://www.youtube.com/watch?v=KCnouVHROPo&feature=related

Vou ficando por aqui hoje, abraço a todos, saudações tricolores e vida longa ao Rock, que ainda se encontra em estado grave!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

O Rock morreu, mas os rockeiros dominam a cena!

Um pouco paradoxal esse título não?

Vou tentar explicar, mas acho que vai ser um pouco confuso essa viagem toda...

O rock, desde seus primórdios, foi maldito, polêmico, contestador, marginal, barulhento, do demônio, e por ae vai.

Fico me perguntando hoje onde foi parar tudo isso, porque entre razões e emoções eu acabo sempre me perguntando o que está acontecendo quando vejo alguma nova banda na grande mídia.

A verdade é que por tudo isso que eu citei o rock cresceu de uma forma tão grande que se tornou o estilo musical mais popular do mundo até hoje, se subdividindo em subgêneros que eu e o resto do mundo provavelmente já perdeu a conta. Vou tentar lembrar alguns já que não estou fazendo nada:

Rock, punk, metal, harcore, hard rock, heavy metal, death metal, grind metal, doom metal, stoner rock, sludge, grind, metalcore, splatter, grind, grunge, new metal, emo, screamo, rock pop, britpop, industrial, gótico, progressivo, entre outras.

Citei alguns estilos ae que nem tenho certeza se são estilos, Isso me deixa confuso. Fiquei velho e não acompanhei toda essa "evolução".

Uns amigos meus de São Paulo desenvolveram uma excelente teoria de que só existem na verdade 2 tipos de rock: o Rock Caveira e o Rock Pelúcia.

Prefiro hoje usar essa divisão. Fica bem mais fácil.

Acredito que o rock, mais do que um estilo musical é um estilo de vida, algo inerente a certas pessoas. O Tim Maia por exemplo era muito mais rock do que 90% das bandas de rock atuais

Mas voltando ao assunto onde o rock se tornou popular, acabou-se criando padrões pro rock, fórmulas para o sucesso, o que acaba sendo controverso, já que na sua origem a idéia parecia ser sair dos padrões.

Existe um guia de como se fazer música para vender, que se estende ao rock, com regras do tipo:

- A música precisa ter em média 3 minutos senão a rádio e a MTV não tocam.

-O primeiro refrão tem que começar até os 30 primeiros segundos.

-Se é aqui no Brasil, precisa ser cantado em português.

Essas são apenas algumas delas, sem esquecer é claro do visual que tem que ser condizente com a época/estilo.

Claro que, como sempre, pra toda regra existem excessões, e essas excessões são na sua maioria interessantes.

Eu não estou falando que as músicas feitas dentro desse padrão são ruins, pelo contrário, gosto de muita coisa, afinal adoro pop e rock pop (Quem já viu minha satisfação ao ouvir Decode do Paramore sabe do que estou falando).

O que me incomoda é o fato da maioria das pessoas achar que isso seja o verdadeiro rock, sendo influenciado pela tv, e hoje principalmente, pela internet.

A internet que era pra ser o maior veículo de informação acabou se tornando o principal meio de alienação. E o mais contraditório é que na internet é onde estão as bandas/artistas mais legais de hoje em dia. Basta procurar! O rock sobrevive no underground! Quando digo que o rock morreu, eu me refiro a grande mídia. Se bem que nem aí ele morreu, só está em coma, e temos o Queens of the Stone Age por exemplo, pra provar que nem tudo está perdido!

Uma outra coisa que gostaria de dizer ainda sobre essas regras:

Sempre entro em discussões acaloradas em relação a cantar em português ou inglês. Nesse ponto entro um pouco mais na parte técnica da coisa, relacionada ao áudio e a mix de um modo geral.

A fonética, a pronúncia da língua inglesa permite que mixemos a voz mais enterrada nas guitarras, na base de um modo geral, dando uma característica mais pesada, mais rock. Em português quase sempre é necessário destacar um pouco mais a voz pra que fique mais inteligível, dando uma característica mais pop. Eu particularmente prefiro a primeira opção. Quanto ao fato de nem todos entenderem inglês, ninguém precisa dominar a língua pra saber que o Phil Anselmo ta puto com alguma coisa quando se ouve qualquer música do Pantera (hehehehe - risos maldosos).

Mas então onde estão os rockeiros que não se preocupam com essas fórmulas e ainda assim trabalham com música?

Essa é fácil de responder!

Estão lá no backstage (área atrás do palco, onde é preparado o show, onde ficam os camarins) dominando a cena! E isso eu falo por experiência própria! Quando trabalho em algum grande festival, com várias bandas, lá estão atrás do palco os cabeludos/tatuados/mal encarados! São eles os roadies, técnicos, produtores, seguranças, e por ae vai. Porque músico rockeiro hoje tem que ser bonitinho, arrumadinho e falar de amor!

E quanto a mim?

Bom, eu também to lá no backstage ou na house mix, fazendo o som das bandas.

E nas horas vagas eu faço meu rock, sem me preocupar com os 3 minutos, com o refrão ou com o idioma. Toco o que me agrada, podendo ou não estar dentro desses padrões! To muito calvo pra ainda sonhar em ser um rockstar (hehehehe - risos muito maldosos)!

Pra quem quiser conhecer o trabalho da minha banda Magnolia's Devil :

http://www.youtube.com/watch?v=PLaHVRO4gAg

Vou ficando por aqui, mas volto pra conferir as várias críticas negativas da minha extensa lista de 16 seguidores!

Abraços a todos os rockeiros e rockeiras!!!!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Tem que ser o técnico da casa!

Escolhi essa frase pro título porque é uma das que eu mais escuto.

Mas além dessa vou citar outras:

"A banda não pode trazer técnico!"

"Dá pra fazer com o som da casa, o DJ faz sempre!"

"Tem um cara lá que sempre faz o som!"

"To achando meio caro pra um técnico de som..."

No meu primeiro post falei sobre as bandas começarem a entender a necessidade de um técnico. Falta agora as casas noturnas e empresas perceberem. Claro que isso não é geral, de forma alguma. Mas ainda existe essa mentalidade. Do tipo "o equipamento é bom, coloca qualquer um pra fazer, a mesa até mexe sozinha!"

Ou então a casa em questão diz que a banda não pode levar o técnico. Já viu alguma casa falar que não pode levar o baterista, tem que fazer o show com o baterista da casa? Não estou comparando o músico ao técnico, mas a verdade é que cada um tem sua função; músicos, técnicos, roadies, produtores...

Dependendo da banda/show, o técnico funciona como um outro músico, disparando efeitos, loop ou o que quer que seja na hora certa, como um músico precisa fazer as notas na hora certa.

Agora, de quem é a culpa dessa mentalidade?

Questão difícil...

Primeiramente tem o lado financeiro, que eu acho que dever ser o principal. Acham caro pagar um técnico competente, preferem um curioso mesmo que trabalha por qualquer coisa, ou que trabalha até de graça só pra estar na zoeira. Tipo: "Deixa eu entrar de graça que eu fico no som!". Mas também tem o fato de talvez as pessoas envolvidas talvez não perceberem a diferença. E isso é outra coisa que me deixa MUITO PUTO!!!!

É muito chato ter pessoas envolvidas no meio só pela grana, pelo status, por que tem canal...Não gosto de trabalhar com essas pessoas.

Eu particularmente acho que o requisito básico pra estar no meio é amar a música, amar o que faz, ter prazer em ver e ouvir um belo show, ver a coisa toda acontecendo da melhor forma possível.

Eu hoje em dia realmente escolho meus trabalhos de forma mais seletiva e não faço qualquer coisa. Isso pode parecer um pouco de prepotência (hehehe), mas fazendo isso eu trabalho melhor, mais feliz, e os resultados do meu trabalho tem sido cada vez melhores. Eu tenho muito orgulho de trabalhar com as pessoas e bandas com as quais trabalho. Elas tem realmente essa preocupação de fazer o melhor possível pra que sua MÚSICA soe bem. Fazem com amor. E essas são as pessoas com as quais eu quero trabalhar. E quero que esse show sirva de exemplo para aqueles que acham que tudo se resume somente em zoeira e/ou dinheiro.

Gostaria muito que essa mentalidade se torna-se coletiva (coletivo, hehehe) e to fazendo o possível pra que a boa música seja sempre a atração principal!